[imagem do artista Weno, publicada originalmente em sua home: http://www.weno.com.br/]
O Desastronauta caminhava nas entrelinhas de seu espaço circunflexo. Árbitro de suas próprias incoerências, investigava seus desfazeres e recusas assumidas.
Era costume ser inconveniente em suas auto-avaliações. Já fora o grande Ponto Duplo, lorde desbravador de desgaláxias e outros lugares imaginários; já perambulara com pés trocados em irrealidades fingindo ser malabarista; já tentou fugir de si enquanto dormia, em busca de conhecer novos tijolos que não amarelos. Amarelou-se e fingiu que ele nao era consigo mesmo.
Recentemente ganhara o prêmio de coadjuvante em sua grande obra de meia lauda, e co-quase-semi roteirista de sua tragicômiga história.
Há um tempo vestira um avental pentalóide e recebra o cargo de artífice de si mesmo, função na qual já nascera, mas agora recebera por três vezes a incumbência de dar andamento.:
Não tinha preguiça das andanças, muito pelo contrário, gostava das desventuras e de fortes emoções. Divertia-se em capturar instantes e explodir em letras o que lhe vinha aos olhos e à alma, mas sofria de uma persistente síndrome de comodismo sedentário. Talvez tivesse adquirido tal enfermidade macabra exercendo o labutário estressadinho do seu outro eu, praticado oito horas por dia.
Escolheria viver de deslizes e outras coisas sorridentes, se fosse uma opção, mas o grunido do bicho-bucho não perdoa.
Mas... não aguentava mais aqueles tempos normalóides. Era hora de voltar às estrelas e percorrer os desmundos imaginários com todos aqueles trololós e onomatopéias saltitantes. Era hora de voltar a devorar livros e fazer as letras escorregarem docemente goela a baixo; de saltitar em uma perna só, desviando de cometinhas azulados e fazer caretas ao monstro-frevo-aleluia, esse maldito devorador de asas e cores.
... e saltou o Desastronauta pro mundo do espelho outra vez, de onde nunca deveria ter saído.
10 comentários:
oi! Já não lembro como cheguei aqui, só sei que adorei. já está na minha listinha de blogs favoritos!
Saudade mesmo de te ler, meu velho!
Abração
Encantei-me com o Desastronauta, identificada com ele em tantos aspectos, sobretudo em "divertia-se em capturar e explodir em letras o que lhe vinha aos olhos e à alma, mas sofria de uma persistente síndrome de comodismo sendentário. Talvez tivesse adquirido tal enfermidade macabra exercendo o labutário estressadinho do seu outro eu, praticado oito horas por dia". Encantadora mistura de nobre lirismo e fina comédia!
Bjos!
faz tempo que nao escreve nada, sabe vc. esta na minha lista de bloguistas favoritos,
um abraço,
myra
indo lá... pras estrelas...
ô... saudade de vc viu!
beijo
O menino cresceu, mas não perdeu a graça da velha infância.
Desastronautas, desastronomos, desastres do destino destro do desumano desmentido e desastroso.
Ufa!
É, sou eu sim..kkkk!
meu querido, foi tudo ótimo ontem e ah ve se me visita viu!!!!!!!! bjo
Re, você tem que atualizar isso aqui!
Você devia atualizar mais isto aqui...
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