domingo, janeiro 28, 2007

NOITES DE SÁBADO

“Colocava o cinto e ligava o carro vagarosamente. Apertava o play [sempre tinha suas trilhas sonoras especiais à mão]; conferia o cabelo e a maquiagem no espelho [tinha um jeitinho de colocar o cabelo ligeiramente sobre o olho...]. Nem mesmo três quarteirões adiante, já estava com o esguicho sobre o pára-brisas. Era louca por aquela sensação de dirigir na chuva...”
[todas as chuvas são suas, das tormentas que derrubam a casa aos chuviscos que descem incertos pelo lado. Amo...]

sexta-feira, janeiro 05, 2007

DESASTRONIRONAUTA PULULANTE

O desastronauta perpétuo, desastrado andarilho do mundo imaginário, levara esse tempo perambulando suas [ir]realidades, fuçando letras passadas e imaginações semi-esquecidas. Sonhando...
Era de fato estranho seu relacionamento com os números em giro do relógio, e tornava-se um tanto imprevisível em suas aparições e sumiços: fazia vezes de Coelho Atrasado e Gato de Cheshire, aparecendo em partes, correndo e desaparecendo em todo sem deixar de estar ali mesmo.
Na favorita data, desamarrou laços de fita colorida, entregou caixas, sorriu, chorou, pulou e, como o faz reticentemente, sonhou. Esteve onde devia estar e continua...
Nos seis que teimam em virar sete trezentas e sessenta e tantas vezes, recolheu-se com sua amada boneca de olhar interrogativo e borbulhou inebriantes fogos coloridos na ponta da língua.
Agora era a vez de fazer os dormentes projetinhos pululantes saírem da gaveta um a um e começarem a fazer bagunça. Tinha um calendário novinho em folha pra transformar suas desconstruções em um desfile para olhos tantos quantos resolvessem assim passear.
Da terra inclinada do avesso do espelho, restam coisas por demais a contar, em um outro passeio assim corrido, pois "- é tarde! é tarde!! é tarde!!!"...